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domingo, 2 de setembro de 2012

Como entender as garota em um tapa - Volume 01.

Olimpíadas de Língua Portuguesa/2012
E.M. Prof. Esmerino Gomes de Souza
Professor: Julio Cesar de Amorim 
Aluno:Ednaldo Machado - Turma: 9º ano

Texto classificado - Gênero: Crônica.

 Como entender as garota em um tapa - Volume 01. 

     Caraúbas, suas festas e suas garotas são, definitivamente, surpreendentes. Veja se não tenho razão: Estava eu na pracinha, numa bela noite de lua cheia-super convidativa à novas experiências- a me deliciar com toda aquela movimentação, toda aquela zoada de vozes, forró, gritos de meninas...muitas meninas! Todos,assim como eu, vestidos "pra matar", pois era a festa de N. Sra. da Guia, padroeira da cidade. Em cidade pequena,a pracinha da igreja e as festas religiosas são sempre acontecimentos imperdíveis. Só não passava por minha inexperiente cabecinha de 15 anos que o desfecho desta noite me deixaria tão aperreado.
     Em um determinado momento,em minha inocente distração, me surge uma garota, do nada, em minha frente -e que garota!- e me tasca um beijo na boca.Parei de respirar!não consegui raciocinar,ter alguma reação ou falar algo, fiquei alí, paralizado, gelado, me transformei numa estátua de mármore a decorar a praça. Não tenho como descrever como me senti naqueles poucos segundos da eternidade, estranho, com certeza, pois o susto foi grande e, tive até medo, devo confessar.Bem, da mesma forma que ela se aprochegou, ela se mandou sem pronunciar uma palavra sequer. Passado o impacto consegui me mexer e voltar a respirar, com o coração em disparada como se tivesse acabado de me salvar de um afogamento. Aí então que me toquei que tinha acabado de dar o primeiro beijo de minha vida, aí que lascou tudo, um turbilhão de sensações me invadiu deixando-me completamente tonto. Quando me recompus raspei atrás daquela "visão". Encontrando-a não perdi tempo, não sei de onde tirei tanta coragem, coragem de "cabra" macho (imaginei) e lasquei-lhe um beijo também. Resultado: um clarão surgiu do nada, um relâmpago, uma trombada de um jegue desmantelado ou coisa parecida...levei o maior tapa na cara - Splash!!! Toda aquela balbúrdia silenciou-se ao meu redor e só o que ouvia era o zunido em meu ouvido esquerdo. Mais uma vez me vi transformado numa estátua decorativa da pracinha, só que desta vez era de bronze, acabada de ser fundida..."fundido" é a descrição ideal!
-Ei, garota, tá maluca?!(consegui falar desta vez).
-Você acabou de me tascar um beijo "inda" agorinha, "carai"!
-Me desculpe (falou ela calmamente com aquela vozinha doce). Foi um momento de desespero.
-Qual momento?! (titubiei)...por acaso minha cara virou calmante?!
     A menina caiu na gargalhada, me deu as costas como se nada tivesse acontecido e saiu com as amiguinhas, todas aos risos e eu ali sem entender nada, perdido na multidão, abestalhado. Minutos depois, que pareceram horas sem fim,a vejo dando um beijo na boca de outro garoto. -Minha Nossa Senhora da Guia me proteja! isso é de lascar a cabecinha de qualquer adolescente! Será que alguém poderia me responder se isso é normal, não deveria ser ao contrário? ou não?! Será que isso é a tal da TPM, só pode ser!
     Voltei pra casa e passei a noite me balançando na rede tentando guardar na memória a sensação quase imperceptível de meu primeiro beijo e tentando esquecer o meu primeiro tapa na cara. De uma coisa tirei a conclusão: foi meu primeiro e último tapa na cara e, aceitem meu conselho, tenham cuidado com as garotas.
      

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